TEMA: Relações Socioeconômicas Brasil e África
Nossa aula foi:
8ºA,
8ºB,
EIXO TEMÁTICO
Conexões e escalas
HABILIDADES
(EF08GE08-A) Compreender
a importância da posição geopolítica do Brasil para as Américas e para a
África, do pós-guerra ao contexto atual.
OBJETIVOS DE CONHECIMENTOS
Corporações e organismos
internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial:
CONTEÚDO
EUA, China e Brasil –
relações socioeconômicas
METODOLOGIA:
O objetivo dessa aula é explorar alguns aspectos das relações
socioeconômicas entre a o Brasil e a África, a ação brasileira para a África e
a independência dos países africanos de Portugal.
Para tanto, nos serviremos de aula expositiva com base em leitura e
interpretação de texto em que observaremos questões como as semelhanças e
proximidades entre o Brasil e o continente africano.
Inicialmente, realizaremos a leitura e o destacamento de pontos
relevantes para a compreensão da situação econômica e histórica do Brasil no
estabelecimento de políticas de aproximação com países africanos.
Na primeira retomada da aula, conduziremos uma atividade para fixação do
conteúdo sobre o contexto das relações econômicas entre Brasil e África.
Na segunda retomada da aula, abordaremos a questão da ação brasileira
para a África e da política de solidariedade para com os povos do Terceiro
Mundo a partir da década de 1960. Na oportunidade, realizaremos atividades de
fixação do conteúdo trabalhado.
Na terceira retomada da aula, abordaremos a questão das independências
de países africanos de Portugal e as estratégias de aproximação do Brasil com a
África no contexto dos governos no período da Ditadura Militar do Brasil
(1964-1985). Na oportunidade, realizaremos atividades de fixação do conteúdo
trabalhado.
MATERIAL:
Material Seduc 2º Corte, Aula 10.
1. Em que pese o fato
de o Brasil ser o segundo país com maior população negra, entre o período que
vai do processo de Independência à primeira metade do século XX, a temática
africana revelava-se ainda tímida na esfera governamental brasileira. Sua aparição
dava-se apenas em função do interesse brasileiro pelo norte da África, onde o
país, desde 1861, mantinha instalado um consulado. Nesse período, a timidez das
relações do Brasil com a África está associada à prioridade dos problemas de
fronteiras na agenda diplomática do país após a conquista da Independência,
quando os interesses brasileiros deslocaram-se, com nitidez, do Oceano
Atlântico para a Bacia do Prata, num processo de regionalização da política
externa. A percepção de que a África poderia representar uma dimensão
privilegiada para a política externa brasileira emerge de forma emblemática
somente na década de 1960, no quadro da Política Externa Independente,
inaugurada pelo governo Jânio Quadros. Essa noção surge respaldada por debates
acadêmicos que já se realizavam durante o governo Juscelino Kubitschek,
protagonizados por intelectuais como Gilberto Freyre, que defendiam a
constituição de uma comunidade luso-tropical no espaço atlântico. Naquele
período, entretanto, a ratificação pelo Brasil do Tratado de Amizade e Consulta
obscurecia a temática africana e relegava-a à esfera das questões lusitanas.
Assim, ao longo da segunda metade do século XX, a dimensão das potencialidades
africanas foi sendo incorporada de forma progressiva e substancial à política
externa brasileira. Associada a um discurso terceiro-mundista, inicialmente
pretendeu contrabalançar o peso das relações do país com os Estados Unidos e
opor-se às limitações impostas pela clivagem Leste-Oeste da Guerra Fria. Em
meio ao processo de descolonização que se realizava no mundo afro-asiático, o
Brasil identificava na África a possibilidade de arranjos diplomáticos capazes
de possibilitar-lhe um posicionamento diferenciado no cenário internacional.
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2. A ação brasileira
para África e a política de solidariedade para com os povos do Terceiro Mundo,
no início da década de 1960, estão integralmente associadas ao papel de ator
protagonista pleiteado pelo Brasil na esfera internacional. Enquadram-se num conjunto
de ações (estabelecimento de relações comerciais e diplomáticas com os países
socialistas da Ásia e da Europa, principalmente com a URSS) que buscavam a
revisão das relações do país com os Estados Unidos e seu poderio hegemônico. As
iniciativas para a África constituem-se em elementos que dão início a uma
efetiva política africana no Brasil. Pensada e planejada no contexto do quadro
diplomático, altamente insulado, no caso brasileiro, correspondendo a uma
política que guarda em si consistência e cálculos estratégicos.
Caracterizou-se, então, um capítulo importante na busca brasileira por novos
parceiros políticos e econômicos internacionais e, ao mesmo tempo, um espaço
para a conquista de maior autonomia no quadro das relações internacionais da época.
Desse ponto de vista, a política africana do Brasil seguia o comportamento
universalista de sua diplomacia, em que se valoriza o estabelecimento de
parcerias não excludentes com vistas à promoção da própria autonomia. Nesse
período, entretanto, a prevalência das relações especiais do Brasil com
Portugal dificultava a implementação de uma política de efetivo apoio aos
territórios africanos em processo de independência. A postura brasileira de
apoio a Portugal nas questões relativas às colônias portuguesas ainda se
encontrava atrelada à retórica dos laços tradicionais de amizade, baseados na
condição de ex-colônia e na herança cultural lusitana.
3. Somente a partir
década de 1970, com o advento da Revolução dos Cravos (1974) e a independência
das colônias portuguesas (1974-1975), é que as ações do Brasil para com a
África passaram a evoluir mais consideravelmente em favor da autonomia dos
novos Estados e da consolidação de relações amistosas e equânimes destes com
Lisboa. A partir dessa década, Portugal dá início ao processo de redefinição de
seu papel nas relações internacionais, deslocando-se de seu relativo isolamento
internacional para o processo de integração à Comunidade Econômica Europeia,
que se concretiza em 1985. Neste período, sob os governos militares Emílio
Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979) e João Baptista de
Oliveira Figueiredo (1979-1985), as relações do Brasil com as colônias
portuguesas na África registram um substancial aprofundamento. Por meio da
denominada política do pragmatismo responsável, o Brasil torna-se parceiro
privilegiado de países africanos, com destaque especial para a Nigéria (de quem
o país compra petróleo), de países da África austral e das ex-colônias
portuguesas. Contando com a presença de empresas brasileiras, como a Petrobrás,
por meio da subsidiária Braspetro, e a Construtora Norberto Odebrecht, operando
no continente africano, o intercâmbio comercial demonstra o aspecto
efetivamente positivo tanto no interesse de compradores africanos por produtos
brasileiros, como também o de importadores brasileiros por produtos africanos,
haja vista que, de 1973 a 1974, as exportações brasileiras crescem 129,1%,
passando de US$ 190 001 000 para US$ 435 323 000. No mesmo período, as
importações originadas do continente africano registram o expressivo
crescimento de 300,2%, avançando de US$ 169 903 000 para US$ 679 998 000.
IDEIAS CENTRAIS DO PARÁGRAFO 3
1. Protagonismo Internacional do Brasil: A ação brasileira na África nos anos 1960 estava ligada ao desejo do Brasil de se afirmar como um ator importante na política internacional, buscando novas parcerias e autonomia nas relações globais.
2. Relações com Países Socialistas: O Brasil buscou estabelecer relações comerciais e diplomáticas com países socialistas, especialmente a URSS, como parte de uma estratégia para revisar suas relações com os Estados Unidos.
3. Política Africana: As iniciativas voltadas para a África marcaram o início de uma política africana mais efetiva, que visava a promoção de parcerias não excludentes e a autonomia do Brasil nas relações internacionais.
4. Dificuldades de Implementação: A relação especial do Brasil com Portugal dificultou a implementação de uma política de apoio efetivo às colônias africanas em processo de independência, devido aos laços históricos e culturais entre Brasil e Portugal.
5. Mudanças na Década de 1970: A partir da Revolução dos Cravos em 1974 e a independência das colônias portuguesas, as ações do Brasil em relação à África começaram a evoluir, promovendo a autonomia dos novos Estados africanos.
6. Pragmatismo Responsável: Sob os governos militares, o Brasil adotou uma política de "pragmatismo responsável", aprofundando suas relações com países africanos, especialmente com a Nigéria, e aumentando o intercâmbio comercial.
7. Crescimento do Comércio: Entre 1973 e 1974, houve um crescimento significativo nas exportações e importações entre o Brasil e a África, evidenciando o fortalecimento das relações comerciais.
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA🎒
Registro no caderno de
pontos relevantes que levam a compreender as relações socioeconômicas entre o
Brasil e a África.
Resolução de atividades discursivas
e objetivas com devolutiva imediata.
🔖ATIVIDADE AVALIATIVA
FLEXIBILIZADA🎒
Registro no caderno de
pontos relevantes que levam a compreender as relações socioeconômicas entre o
Brasil e a África.
Resolução de atividades discursivas
e objetivas com devolutiva imediata.
CLIQUE AQUI para responder às questões dessa aula sobre a situação econômica e histórica do
Brasil no estabelecimento de políticas de aproximação com países africanos.
CLIQUE AQUI para responder às questões dessa aula sobre a questão da ação brasileira para a
África e da política de solidariedade para com os povos do Terceiro Mundo a
partir da década de 1960.
CLIQUE AQUI para responder às questões dessa aula sobre a questão das independências de países
africanos de Portugal e as estratégias de aproximação do Brasil com a África no
contexto dos governos no período da Ditadura Militar do Brasil (1964-1985).